quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Varanasi

Depois da nota comica, introduzida pelo Bernardo no ultimo Post, voltemos a descricao da viagem!
O comboio alcancou Varanasi ao fim de 22 horas de viagem. A cidade e considerada a mais santa da India, e colocada nas margens do, famoso e sagrado, rio Ganges ( Ganga, no dialecto local), que e visto pelos indianos, seguidores da religiao hindu, com um respeito imenso, ao ponto de os turistas estarem determinantemente proibidos de tirar fotografias nos locais chave.

Para nosso infortunio, os dias que antecederam a nossa chegada a Varanasi foram de chuva torrencial, provocando inundacoes nas ruas e, pior que tudo, deixando submersos a maior parte dos Gath ( uma especie de escadas que ocupam as extremidades do rio). Posto isto, a principal atraccao da cidade ficou, em parte, por ver. A hipotesse de colocar uns oculos, um respirador e mergulhar Ganges a baixo, ficou colocada de parte quando o nosso bom amigo, Lonely Planet, nos informa que existem 1500000 de bacterias por 100 ml de agua.
No primeiro dia, depois do ritual pequeno-almoco no roof top do hostel, fomos dar uma volta pelas ruas da cidade, onde se encontram inumeras lojas de roupa, sedas, bijuteria, carteiras de senhora, oculos, etc. Para quem tem tempo, paciencia, espaco na mala e umas centenas de rupias, e um verdadeiro paraiso de compras! Ao fim da tarde, apos um ha muito ambicionado almoco no Mcdonalds, voltamos a repetir a experiencia de assistir a um filme de Bollywood no cinema do centro comercial. Mais uma vez, a linguagem usada era o Hindu, sem legendas em ingles, mas com um toque de imaginacao e sempre possivel seguir o enredo.

Na tarde de ontem, quando faziamos mais uma tentativa frustrada de visitar um Gath, fomos literalmente obrigados a receber uma massagem de rua! No post anterior podem ver a fotografia da minha pessoa encorralada entre dois " massagistas "......
Falando um pouco mais de Varanasi. Este e o local onde todos os hindus desejam morrer, a fim de, serem cremados, e as suas cinzas lancadas ao Ganges, com a esperanca de reencarnarem numa outra vida. Quando ontem visitamos um local de crematorio, ja com a imagem de varios cadavares enfeitados terem passado rente aos nossos, saudaveis e catolicos corpos, fomos advertidos, por um guia da especialidade, para a necessidade de doar-mos 100 rupias cada para a compra de lenha. Imagino que sabem qual o seu fim.

Hoje partimos do comboio na noite para o sul do pais, onde permaceremos umas horas em Bombaim e seguidamente Goa.

Uma das milhentas pilhas de lenha espalhadas pela cidade.


Manikarnika Ghat, a principal de Varanasi onde o fogo sagrado usado para a cremacao dos corpos arde ha 5000 anos.


Diogo a usufruir da caridade de uma crianca Indiana que lhe pagou um sorvete.



Nas ruas estreitas da Old City


Vista do roof top do nosso Hostel



Sentados numa das inumeras Gaths
Banhoca no Ganges

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Tesourinhos Deprimentes

Para animar a coisa, eis algumas verdades escondidas nesta viagem pelas Indias...


Ze Maria e a sua constante fobia de morcegos.

Tartaruga Ninja


No comments


Floribela com escaldao a camionista


Wanted, dead or alive.


Pedro arrisca uma massagem, (Kamasutra!?)





sábado, 23 de agosto de 2008

Amritsar - "O Santo " e " O Curioso "

Apos uma viagem de 18 horas de comboio entre Jaisalmer e Delhi, e em seguida para Amritsar( nao se deseja nem ao Pinto da Costa, ver fotografias em baixo), depois da escala na capital indiana, tivemos contacto com um mundo completamente diferente: viagem de 5 horas em primeira classe, com destino a Amritsar. A carruagem era um verdadeiro luxo asiatico, assentos confortaveis, ar condicionado, vizinhos que deveriam ter aquele estranho habito de tomar banho todos os dias e, para nossa grande surpresa e alegria, a refeicao foi uma jornada continua por pelo menos 3h 30! Tivemos direito a: aperitivos, entrada, prato principal e sobremesa!
Voltando atras, durante a interminavel viajem ate Delhi, conhecemos um jovem indiano de 21 anos, formado em engenharia electrotecnica, a que todos condordamos de chamar " O Santo ". Ao rapaz so lhe faltavam as asas brancas, fechava a janela do compartimento quando esta era invadida por pequenas, mas dolorosas, tempestades de areia, dado que parte da linha de comboio tomava parte no deserto, dava-nos conselhos sobre a melhor maneira de lidar com o povo da India, pagou-nos o jantar, durante uma escala de aproximadamente 1 hora que fizemos em Jodhpur, e mais um numero infindavel de coisas, que eu, honestamente, nao era pessoa para fazer a um qualquer estrangeiro que encontrasse na minha patria. No fim houve ate uma troca de galhardetes entre o Bernardo e Sourav (O Santo), onde foi trocada uma camisola de Portugal por um colar tipico Indiano.
Dentro do comboio que nos trouxe ate a Amritsar, em tudo semelhante ao " Expresso do Oriente" ( passe o exagero, mas ao fim de 3 semanas de renuncia a riqueza, e legitimo empolar um pouco os aspectos mais requintados), um Sikh( religiao muito presente na cidade onde nos encontramos) a que optamos de apelidar de " O Curioso ", fez-nos todas as perguntas do mundo, sem o menor tipo de pudor ou vergonha, tal como: " Como e que voces os 5 podem pagar uma viagem com esta? ", " Os vossos pais sao ricos? ", " Quais sao, para voces, os aspectos mais negativos da India? ", estas foram, sem duvida, as 3 questoes mais incomodativas, em que tentamos, por todos os meios, dar a volta.....
Centrando-me em Amritsar, a terra do Sikhismo, a cidade e parecida com as grandes e populosas que temos conhecido, no entanto, as pessoas sao bastante diferente, pelo menos, em termos de estactura. Os Sikhs sao muito mais altos e encorpados que a maioria dos indianos, todos usam longas barbas, a cabeca tem obrigatoriamente que estar coberta por um turbante, e a maneira de os distinguir do Hindus e Muculmanos.
No primeiro dia demos uma pequena volta pela cidade, que e centrada pelo famoso GOLDEN TEMPLE, um local de culto para os Sikhs. Ao fim da tarde tomamos um taxi para ir ver uma das mais famosas atraccoes turisticas da regiao, a cerimonia de encerramente da fronteira com o Paquistao. O evento e diario, com uma numerosa assistencia e muito pitoresco! Nunca tinha estado tao perto de uma pais, considerado, hostil, mas tudo correu pelo melhor, com mais sorte que a malograda Benazir Butto.
No dia de hoje, umas horas antes da publicacao deste Post, visitamos o GOLDEN TEMPLE, numa manha de monsao( como poderao visionar na foto-reporagem). O templo e revestido por cerca de 100 kg de ouro, data do seculo XVI, e o interior e deveras impressionante!
Em seguida partimos num comboio de 22 horas, em Sleeper Class AC, com destino a Varanasi.

Uma amostra de um comboio indiano...




Cerimonia da fronteira, do outro lado a 'torcida' Paquistanesa.




A 'torcida' Indiana, naturalmente em superioridade numerica...




Connosco no jipe ate a fronteira, Nani!



Vestidos a rigor para visitar o 'Vaticano' dos Sikhs.


O Golden Temple

Uns amigos Indianos que fizemos enquanto esperavamos que a chuva parasse



Uma amostra das moncoes. De referir que temos tido imensa sorte, pois este foi apenas o terceiro dia de chuva que apanhamos.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Detalhes tecnicos

Este e o nosso circuito que foi mudado apos grande confusao em Deli.

Entre Udaipur e Jaisalmer ha a cidade de Jodhpur que nao aparece neste mapa.

Jaisalmer

Antes de mais, peco desculpa aos nossos fieis leitores pela demora da publicacao de novos Posts. Visto que o tempo e escasso, nem sempre ha disponibilidade para actualizar as aventuras.
Chegamos a Jaisalmer pelas 2:00 da manha, a saida do Bus estava um empregado do Hostel que haviamos marcado na vespera a noite. O local era bastante simpatico e relativamente limpo! Estava situado a cerca de 50 metros da muralha que envolve a cidade, e com uma vista previligiada para a Golden City.
Na primeira manha, depois de um pequeno-almoco no roof top do Hostel, fomos visitar a bonita cidade de Jaisalmer que, como ja referi,. esta envolta por uma estenca muralha dourada. A principal atraccao e o Fort local, anteriormente habitado pelo Mahraja e sua familia.
No segundo dia tivemos uma experiencia unica: um safari no deserto do Rajastao! Para o Tomas, Ze e Bernardo, nao foi novidade visto que ja o tinham feito no verao passado em Marrocos, para o Diogo e para mim foi a estreia absoluta nestas lides. Apos uma viagem de 1h 30 de Jipe, seguimos de camelo deserto fora, a merce de 6 animais com bocas e 4 individuos que nao se intitulavam nem indianos nem paquistaneses, apenas como filhos do deserto.
Ao fim de 2 h paramos numa sombra estrategica para descanso, dos animais e desertinos, onde nos foi servido um delicioso almoco, com aperitivos e tudo a que tinhamos direito. Seguidamente prosseguimos em direccao as dunas onde passariamos a noite, ao relento, com a compnhia de uns milhares de escaravelhos desejosos de entrar nos nossos sacos-cama ( ficamos a saber que esses pequenos tesouros do deserto se alimentam dos " presentes " que os camelos vao deixando ao longo do areal.
Acordamos pouco depois no nascser do sol, um tanto ou quanto gelados mas bem-dispostos. Os nossos guias estavama preparar-nos um pequeno-almoco quase ocidental, com torradas com manteiga e cha. Depois da refeicao, apetrechamos os camelos e voltamos para o local onde o jipe nos deixara na vespera e nos voltaria a apanhar para nos levar de volta a Jaisalmer


Palacio do Maharaja dentro do Forte

Ze, Tomas e Pedro vestiram-se a rigor para a aventura no deserto.
Rumo as dunas do Thar
'Dunas, sao como divas...'
O mar de dunas do Thar


O filho do deserto responsavel pelas nossas vidas no Thar
Vista nocturna do nosso 'quarto'.
Passeio matinal, rumando de volta a Jaisalmer.


domingo, 17 de agosto de 2008

Jodhpur

Pois bem, se acharam o cenario do comboio entre Jaipur e Udaipur assustador, nao podem imaginar o do Bus que nos conduziu a Jodhpur! Compramos bilhetes para a Sleeping Class, quando entramos no autocarro o panorama era dantesco: eramos os unicos nao indianos, as camas pareciam ninhos de ratos de cano( viscosos e gordos, traidores e estupidos), uma conducao nada defensiva, ao estilo de Michael Schumacher, em cada curva deu a sensacao de caputamento! Mas, a grande supresa encontrava-se na " cama " do Diogo. Quando o rapaz se preparava para tirar umas horas de sono, esticou os pes e sentiu algo molhado e viscoso no fim do colchao, ate hoje nao sabemos o que era, mas nao devia ser nenhuma iguaria!
Falando da cidade de Jodhpur: voltamos ao caos, depois da folga que tivemos em Udaipur, muito suja e sempre com as buzinas dos riquexos como musica de fundo. Ficamos instalados numa Guest House muito simpatica, onde FINALMENTE enontramos hospedes ocidentais! Ontem ao jantar conhecemos um indiano oriundo de Bombaim, no entanto, o simpatico jovem nao tinha qualquer aspecto de indiano, era completamente preto, alto, com um ingles perfeito ( pronuncia londrina), formado em gestao numa universidade de Bombaim e de ascendencia portuguesa (apelido Pinto). Ao fim de uns dedos de conversa, confidenciou-nos que se tinha despedido do emprego para estar um ano inteiro a viajar pela India.

Hoje de manha, seguido de um delicioso pequeno-almoco no roof top do hostel, fomos visitar o forte da cidade com o dito indiano, e com mais uns franceses que tambem haviamos conhecido na noite transacta. Apos a visita ao forte, almocamos todos juntos( nos os 5, indiano e franceses) a um restaurante bastante demorado e em que tudo sabia ao mesmo, independentemente da cor ou do feitio do ingrediente.
A sleeping class no autocarro

Elefante a levantar dinheiro

Mercado no centro da cidade com o forte no cimo do morro

Vista nocturna do roof top do nosso hostel

Ivan Pinto (o indiano do sec. XXI)

A caminho do forte

La em cima no forte


A vista do forteJaswant Thada - Tumulo do maharaja


Hoje a noite seguiremos para Jaisalmer no Bus da noite, desta vez optamos por marcar bilhetes para a Sitting Class.


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mais sobre Jaipur e Udaipur

No terceiro dia em Jaipur, durante uma tarde chuvosa, em que nao sabiamos bem o que fazer, optamos por nos dirigir ao cinema, a fim de ver o famoso " Singh is King ", o ultimo grito de Bollywood. A meio do percurso entre o restaurante onde haviamos almocado e o cinema, encontramos o Salim( o guia que na vespera nos tinha levado aos pontos mais atractivos da cidade) que quase nos obriga a desistir do cinema para nos levar ao Tiger Fort! O indiano tinha mesmo razao, depois de uma viagem de 17 km de Tuk-Tuk, entramos no ate entao desconhecido Tiger Fort, a impressao nao podia ser melhor! O Fort situa-se no meio da cidade, no ponto mais alto, de onde se pode ter uma vista de 360 graus pela bonita e imponente Jaipur.

O Tiger Fort e rodeado por uma imensa vegetacao em que, segundo o nosso guia, e habitada por tigres......

Mais abaixo poderao observar as fotografias.

Apos uma viagem de 7 horas num comboio, que a primeira vista era pouco mais apetecivel que Auschwitz, entre Jaipur e Udaipur( vejam a fotografia), chegamos a chamada " Veneza do Oriente ".

Udaipur e completamente diferente do que tinhamos encontrado ate agora: muito mais calmo, com menos gente, mais limpo, com um aspecto menos miseravel e com muito menos transito!! Esta a saber bem nao ouvir constantemente o barulho das buzinas dos Riquexos e afins. Na primeira manha, acompanhados por 3 portugueses que conhecemos na estacao de Jaipur( uma delas anda na universidade com o Diogo) visitamos o City Palace que tem uma agradavel vista para o lago.
Antes da publicacao deste Post, estivemos a almocar num duvidoso restaurante em que esperamos qualquer coisa como 45 min pelos pratos e, acreditem, nao valeu nada a pena! Espero sinceramente que o Imodium nao tenha que entrar em cena......

Agora vamos assistir ao filme 007 Octopussy que e exibido todos os dias as 19 horas nos Hoteis da zona.


Em Jaipur a subir para o Monkey Temple


O nosso transporte para a subida ao Tiger Fort (Water Palace ao fundo)

No telhado do Tiger Fort

A vista sobre Jaipur

Chillin' la em cima.

Comboio a caminho de Udaipur

Diogo a dramatizar e Tomas a assegurar a familia que se encontrava bem. (Ainda ha duas camas abaixo, sao trilixes).

O grupo mais alargado a porta do Jagdish Temple



City Palace

O famoso Lake Palace

Amanha seguiremos para Jodpur num autocarro com camas as 10 da noite.